Sobre...

Bunker; porque as palavras me protegem. Não precisam ser ásperas, sólidas, subterrâneas. Podem ser apenas uma cúpula de cristal, de acrílico barato, ou simplesmente uma bolha furta-cor desafiando o sol. Basta que eu possa ser capaz de entender o que é explicito, e acreditar no que nunca foi dito.
 
Quando jovem, quis ser escritor, cursar letras. Mas a vida quis que eu fosse um homem de números. Daí talvez, a somatória de dois e dois, ter sido quase sempre, cinco - quando não, três.
 
Tive uma primeira madrinha de livros aos oito anos. Li quase toda a coleção de Júlio Verne, aos doze, escondido numa biblioteca de seminário. Apaixonei-me por Iracema, de Alencar, aos dezessete. Aos vinte e três, debruçava-me sobre projeções estatísticas em um curso universitário de Administração de Empresas, nunca concluído. Bacharel em Design Digital aos cinquenta e três, quando a fotografia e a escrita reclamam seu espaço.
 
Hoje, aos sessenta e dois anos, mais dedicado à leitura, fecho todas as redes sociais e me concentro na discussão dos livros que leio.
Gosto de cinema, fotografia, música e natureza. Amo o silêncio que há no intervalo destas, e outras coisas.
 
Bunker; porque nem sempre é possível viver no mundo de todos. Aqui; porque há outros como eu, em que a própria vida não basta. Um ponto de encontro - em nossos subterrâneios - para reticências e metáforas.
 

 

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