Paula Tavares

22/07/2014 13:10

Ana Paula Ribeiro Tavares, nasceu na Huíla, Sul de Angola, em 1952. É historiadora com doutorado em História e Antropologia.

“A Huíla desempenhou um papel particular em «termos» de cheiros, sons, cores, canções que me marcaram muito do ponto de vista estético. Essa era procura. Por outro lado, eu vivi esse tempo no limite entre duas sociedades completamente distintas – e talvez não tenha conseguido compreender nenhuma das duas. Por isso tentei reflectir e escrever sobre partes de uma e partes de outra que me marcaram fundamentalmente. A Huíla, tal qual era na minha juventude, era o limite entre duas sociedades bem distintas: a sociedade europeia – é uma cidade com muitas características europeias: uma cidade de planalto, onde faz frio, e verde... E, por outro lado, uma sociedade africana que era ignorada pela cidade europeia.” In: Michel Laban. Angola. Encontro com Escritores. Porto, Fundação Eng. António de Almeida, 1991, II vol. p. 849.

Do seu currículo profissinal constam vários cargos, que passam pelo Ensino, a Museologia, o Património, a Animação Cultural, a Arqueologia e a Etnologia, sendo frequentemente convidada para participar em simpósios e congressos nacionais e internacionais. É também responsável pela elaboração de diversos projetos culturais e membro de diversas organizações, a saber: Associação Angolana do Ambiente (AAA); Comité Angolano do Conselho Internacional de Museus (ICOM); Comité Angolano do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e Comissão Angolana para a Unesco.

Ana Paula, vivendo uma África marcada pelos costumes, escrava de uma colonização, faz uso da literatura para denunciar a desigualdade e tirar do silêncio uma mulher oprimida, que também é firme nas suas convicções de liberdade.

Troca a prosa pela poesia, o que confere uma sonoridade única a esse clamor amargo, que evoca a natureza em símbólicos frutos de pecado, para representar um corpo abençoado de milagres.

 

Contato