Caminho de rato

08/06/2015 19:11

No alto da cidade, diante do mar, um velho casarão está sendo destruído pelo tempo. O assoalho de tábuas ainda reclama o ruído das esporas nas botas do coronel. Suas largas portas azuis, se abrem para aristocratas, bandidos e curiosos. Toda gente levou um pouco da alma deste abrigo que esconde dores e silêncio entre paredes e sombras. Os livros estão espalhados por toda parte; seduzem e arrastam os que se recusam a resistir.

Longe, Anny - inteligente e imperativa - escreve sua própria história e traça o destino de outras.

Mas é a guerra que vai destruir alguns dos tantos sonhos. Ela será cruel, impiedosa e responsável por um segredo que poucos vão compartilhar.

Em três gerações, os personagens caminharão desgarrados de seus laços, sem saber que sob seus pés, os ratos traçam labirintos onde criam suas ninhadas. E sabem de tudo e não dirão nada, até que se esteja pronto para ouvir.

... alguns trechos:

"Quem quis, chorou um pouco. Bryam guardou as lágrimas dessa vez, porque no dia seguinte, eles desenterrariam o passarinho para enterrar outra vez."

" A menina não entendia nada sobre a loucura, mas aprendeu naquele dia que era preciso muita coragem pava viver com ela e que, depois que se ia, sobrava uma miséria pela qual não valia o resto da vida."

"...igualzinho bicho no ovo, porque até gente inventada precisa passar um tempo no escuro, criando asa."

"Era preciso morrer um pouco, desde menino, para não ser mais feliz do que o necessário."


 

Contato